Como se tornar gandula?
Para quem é fã de futebol, o trabalho de acompanhar os jogos de dentro do campo, auxiliando a repor as bolas, parece um até um sonho, mas ser gandula não tem apenas vantagens. São necessários muito controle emocional e bastante atenção para não prejudicar os times que estão em campo. Os gandulas costumam trabalhar voluntariamente […]
Para quem é fã de futebol, o trabalho de acompanhar os jogos de dentro do campo, auxiliando a repor as bolas, parece um até um sonho, mas ser gandula não tem apenas vantagens. São necessários muito controle emocional e bastante atenção para não prejudicar os times que estão em campo.
Os gandulas costumam trabalhar voluntariamente ou por uma ajuda de custo. De acordo com o Regulamento Geral das Competições da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), eles são de responsabilidade do clube mandante do campo. O quadro deve ter no mínimo 6 integrantes, todos maiores de 18, devidamente identificados.
Os gandulas devem ser “treinados para os serviços das partidas, deles exigindo o trabalho de imediata reposição de bola e absoluta neutralidade de comportamento em relação às equipes participantes”, segundo o documento. O regulamento ainda esclarece que cabe às federações supervisioná-los.
A Federação Paulista de Futebol informa que os gandulas são escolhidos, treinados e escalados pelos próprios clubes. A cada partida, fica a cargo do time mandante o serviço dos gandulas.
Gandula experiente
Há 28 anos, o gerente comercial Leonardo Brancaccio é gandula voluntário do Palmeiras. Em 27 de abril de 1993, ele estava na piscina do clube, do qual é sócio desde os 8 anos, e seu primo que na época já era gandula foi chamá-lo para fechar o quadro de uma partida. “Tinha faltado uma pessoa e precisavam de alguém para completar a equipe. Eu fui para o campo. Naquele dia, coincidentemente, estavam marcando o nome de quem estava trabalhando no campo. Na época, não era uma equipe fixa. Os clubes saíam pegando as pessoas. No jogo seguinte, meu primo me ligou: ‘Nardo, seu nome está relacionado na lista’. E eu nunca mais parei”, conta.
De acordo com o voluntário, hoje, são 13 gandulas no clube que trabalham com uma escala de revezamento. “Na pandemia, estamos com equipes mais reduzidas, são de 6 a 8 pessoas, mas normalmente são 10 gandulas e 2 maqueiros em campo”, fala Brancaccio.
A principal característica exigida para ser um bom gandula é ter bastante atenção. “A gente trabalha muito consciente para não prejudicar as equipes e isso significa não favorecer o time. Se eu retardar uma bola, por exemplo, o maior prejudicado é o Palmeiras. Qualquer coisa errada que você fizer em campo, tem uma câmera que vai registrar. Eu vou ser suspenso ou até excluído e ainda prejudicar o Palmeiras”, conta. Entre as punições previstas para faltas de gandula, estão multas ou perda de mando de jogo.
Nem sempre é fácil manter a calma, além de não cair na provocação de alguns jogadores, é preciso conter a empolgação de torcedor. “A nossa equipe sabe que está lá para trabalhar. Para torcer, tem que ir para a arquibancada. Mas confesso que em jogos decisivos é difícil conter a emoção”, afirma Brancaccio.
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