O milagre de Berna: como a Alemanha surpreendeu o mundo em 1954
Confira detalhes sobre a inesperada vitória da Alemanha Ocidental sobre a Hungria na final da Copa do Mundo de 1954
No futebol, a cada jogo, uma nova possibilidade surge. E é isso que faz com que o esporte seja tão emocionante e acompanhado em diversos lugares, independente da idade ou gênero. Um exemplo clássico foi o famoso Milagre de Berna, como ficou conhecida a final da Copa do Mundo de 1954.
Para ter uma ideia, naquele 4 de julho, a Alemanha, que saia de um cenário de devastação após a Segunda Guerra Mundial, derrotou a Hungria. E esta era considerada uma das melhores seleções da época, com uma média de mais de 6 gols por partida, em um resultado que ninguém esperava.
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Pré-jogo Alemanha x Hungria
Para começar, é preciso entender que a seleção húngara, com sua imponente camisa da Hungria de 1954 vermelha, vinha de uma série impressionante de vitórias. Estava invicta há 30 jogos. Já a alemã, que ainda se recuperava dos traumas sofridos em seu país, não era considerada uma potência mundial. Até já havia sido goleada pela própria Hungria na fase de grupos por 8 a 3.
Ou seja, a expectativa era de que os húngaros levassem o título com facilidade. Contudo, o futebol, com natureza imprevisível, trouxe uma surpresa. Na final, o time azarão mostrou uma grande força tática.
Com todo o cenário, o jogo foi emocionante do começo ao fim, com os alemães mostrando uma incrível garra e determinação, características que marcaram a vitória inesperada. Esse episódio ficou conhecido como o Milagre de Berna, em referência à cidade suíça onde tudo aconteceu.
Não apenas pelo resultado, mas pela maneira que contrariou todas as expectativas. O feito da Alemanha x Hungria 1954 mostrou que qualquer coisa pode acontecer dentro das quatro linhas.
Início da partida
O início da final de 1954 foi um verdadeiro teste de nervos para fãs alemães. Não demorou muito para que os húngaros abrissem o placar. Puskás, um dos maiores ícones da história do futebol, aumentou a confiança do time.
Mal o gol havia sido marcado e a Hungria ampliou a vantagem. Czibor, que vestiu camisas de times europeus como Barcelona e Roma fez mais um, colocando o grupo com 2 a 0 na frente em menos de 10 minutos da primeira fase. Esse rápido domínio parecia selar o destino da partida.
As expectativas se consolidavam e os húngaros sentiam que a glória eterna estava próxima. A confiança no time era imbatível e muitos já começavam a celebrar a vitória.
Com ataques perigosos, lances nas traves, defesas de tirar o fôlego, os alemães não conseguiam encontrar uma resposta à altura. Nesse momento, a sorte húngara parecia garantida. O título mundial era apenas uma questão de tempo.
Porém, ninguém poderia imaginar que, mesmo com esse cenário desfavorável, a Alemanha começaria a escrever sua história naquele dia. Embora os dois gols iniciais da Hungria tivessem dado a impressão de que tudo estava decidido, a imprevisibilidade do futebol ainda guardava uma surpresa para o futuro.
A reação alemã
Após o início avassalador da Hungria, a Alemanha demonstrou uma reação impressionante ainda no tempo inicial. A tensão tomou conta quando os alemães desafiaram as expectativas. Eles começaram a pressionar e, aos poucos, a diminuir a vantagem. O primeiro gol saiu com o atacante Max Morlock, que aproveitou uma boa jogada para reduzir a diferença para 2 a 1.
Nos minutos seguintes, Fritz Walter, capitão da equipe, fez um passe preciso para Helmut Rahn, que marcou o 2 a 2. O estádio explodiu em um misto de surpresa e emoção, começando a acreditar que o impossível poderia acontecer.
Com o empate, a partida ficou intensa e equilibrada. Os times foram em busca da vitória e o jogo se transformou em uma verdadeira batalha dentro de campo. Cada lance era disputado com muita garra e a tensão crescia. A Alemanha estava com a energia renovada, enquanto a Hungria tentava recuperar o controle.
Isso continuou até os 39 minutos da segunda etapa, quando Rahn aproveitou a oportunidade nos seus pés e foi iluminado no momento mais decisivo, marcando outro para a virada de 3 a 2 da do time alemão. Ninguém acreditava no que acontecia naquele gramado da cidade de Berna.
Mas a Hungria não se desmotivou e, pouco tempo depois, Puskás, o grande ícone da equipe, parecia ter feito o gol que a colocaria novamente à frente. Após receber um passe preciso, mandou a bola para as redes, fazendo o que seria o 3 a 3. A torcida húngara se jogou ao delírio. Porém, para surpresa de todos, o árbitro anulou apontando posição irregular.
A partida continuou quente e a cada segundo as emoções aumentavam. No entanto, a Alemanha consolidou seus dias de glória e, quando o apito final foi dado, ela se tornou a campeã daquela Copa do Mundo, que se tornaria inesquecível para a história.
Renascimento alemão
Na Copa do Mundo de 1954, a Alemanha enfrentava uma situação muito complicada. O país ainda se recuperava das devastadoras consequências da Segunda Guerra. As cidades em ruínas, a economia quebrada e o povo vivia um período de profunda tristeza e incerteza.
Nesse cenário, a vitória na final trouxe uma onda de alegria e orgulho para uma nação inteira. A conquista do título mundial sinalizou a capacidade de superar dificuldades, como fez a seleção alemã, com garra e disposição.
O impacto do jogo foi tão grande que, em 2003, houve a produção de um filme intitulado O Milagre de Berna, que se tornou um grande sucesso nos cinemas. Superando até mesmo algumas das produções da época, como Matrix Reloaded, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e Procurando Nemo.
Por isso, a vitória de 1954 ajudou no renascimento da Alemanha, não só no futebol, mas também em várias outras áreas, como no orgulho da nação. O título mundial simbolizou uma nova fase para o país.
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