O maior artilheiro da Libertadores: a lenda sul-americana

Conheça a trajetória de Alberto Spencer, maior goleador da história da Copa Libertadores

Não é segredo que o futebol é um fenômeno cultural na América do Sul. Todos os anos, milhões de fãs cruzam diversas cidades para acompanhar vários atletas que atuam por aqui. E com grande justiça, já que o esporte sul-americano é conhecido por revelar grandes craques. 

No entanto, apenas um deles ocupa o posto de maior artilheiro da história da Libertadores, uma competição de clubes importante no continente. Estou falando do equatoriano Alberto Spencer, um dos maiores ídolos do Penãrol. Até hoje, ninguém marcou mais do que ele no torneio: são incríveis 54 gols em 87 jogos. 

Confira neste artigo um pouco da trajetória esportiva de uma das grandes lendas do futebol uruguaio! 

Primeiros passos de Alberto Spencer no futebol

Filho de um jamaicano de origem britânica com uma equatoriana, Alberto Spencer perdeu o pai bem jovem. Nascido em Ancón, no Equador, teve contato com futebol aos 17 anos de idade. 

Seu irmão o levou para fazer um teste nas categorias de base do Círculo Deportivo Everest, pequena equipe da cidade de Guayaquil. Logo foi promovido ao time principal, fazendo sua estreia no ano seguinte contra o Emelec. Uma semana depois, marcou um gol como profissional sobre o 9 de Octubre. 

Em 1956, anotou o primeiro voo internacional, no que viria a ser o início de uma carreira de sucesso no continente sul-americano. Já em 1959, em confronto com o Peñarol fez uma partida sublime, o que chamou a atenção do técnico do clube uruguaio Hugo Bagnulo. 

Se despediu do Everest com 101 gols em 90 jogos, uma média considerada alta até para os melhores atacantes do mundo. Desembarcou como reforço do Penãrol em março de 1960, dando o pontapé inicial em uma relação vitoriosa com a Copa Libertadores da América.

Recorde na Libertadores da América

Foi no Peñarol que Spencer alcançou o auge da carreira, empilhando títulos do Campeonato Uruguaio e se tornando uma lenda na Libertadores. Logo na estreia, anotou 3 gols no Atlanta da Argentina, em um jogo movimentado que terminou em 6 a 3 para os uruguaios. 

No próximo confronto, fez 2 no Tigre, demonstrando ter um faro apurado. Nesse mesmo ano, conquistou a primeira Libertadores ao bater o Olímpia, marcando a única bola na rede da partida. Ainda enfrentou o Real Madrid no Intercontinental, deixando sua marca, mas saindo derrotado por 2 a 1.

Segundo título

Elevou mais a idolatria na temporada seguinte, vencendo novamente a Libertadores com um gol sobre o Palmeiras. A redenção internacional veio em cima do Benfica. Apesar de não ter marcado, Spencer ajudou o Peñarol a levar o seu primeiro título da competição. 

Disputou de novo a final do maior torneio sul-americano em 1962, contra um adversário difícil: o Santos de Pelé. Acabou perdendo a taça para o esquadrão brasileiro, mas terminou como goleador, anotando 6 bolas na rede. 

Terceiro título

Em 1966, conquistou pela terceira vez o troféu mais cobiçado das américas. Spencer marcou 3 contra o gigante River Plate, se isolando como um dos maiores campeões da história da competição. Em 1970, deixou o Peñarol com a incrível marca de 326 gols em 519 jogos, oito ligas do Uruguai e três títulos da Copa Libertadores. 

Retornou ao seu país natal para atuar no Barcelona de Guayaquil, trajando uma camisa liga retrô Equador tradicional. Foi o último clube de sua vitoriosa carreira, na qual conseguiu alcançar o status de lenda do Peñarol e do futebol sul-americano. 

No total, anotou 54 gols em 87 jogos na Copa Libertadores da América. O recorde na competição já dura incríveis 50 anos e, até os dias de hoje, nenhum jogador chegou perto de igualar o feito. A diferença entre Spencer e o segundo colocado na lista de artilheiros, o atacante Fernando Morena, é de 17 gols. 

Outros grandes feitos de Alberto Spencer no futebol

O atleta foi um dos grandes personagens do futebol sul-americano da sua época, fato que não passou despercebido pelos olhares do resto do mundo. O atacante acumula recordes e até mesmo nomeações em listas internacionais, dividindo o reconhecimento com outras lendas do esporte. 

Dentre os feitos, estão quatro artilharias da liga do Uruguai e duas da Copa Libertadores, além de uma do Intercontinental, no qual marcou 6 gols em 6 partidas. Muitas pessoas não sabem quantas Libertadores tem Alberto Spencer. O craque é tricampeão, vencendo em 1960, 1961 e 1966. 

É o quinto no ranking de marcadores do Campeonato Uruguaio, com 113 pontos na rede em 166 jogos e o goleador máximo da Libertadores, marcando 54 vezes em 87 oportunidades. Até hoje, nenhum jogador chegou perto de ultrapassar essa marca. Foi dos seus pés que saiu o primeiro hat-trick da competição sul-americana.

O sucesso de Spencer foi tanto que teve o nome incluído na lista feita pela IFFHS, Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol. Ficou ao lado dos 50 maiores atletas do século 20, como Pelé, Maradona, Di Stéfano, Garrincha e Zico. 

No Uruguai, é reconhecido como uma lenda no Peñarol. Seu desempenho o colocou no segundo lugar da artilharia do clube, com 326 gols em 519 jogos. Até hoje é indiscutivelmente o maior jogador do Equador, terminando uma vencedora carreira com 528 gols. 

Carreira como treinador e cônsul-geral

Após a aposentadoria, Spencer tentou a carreira de treinador. Passou por equipes tradicionais da América do Sul, como Emelec, Universidad Católica e Liverpool do Uruguai. Mas sem alcançar o sucesso do período como jogador profissional. 

Nos últimos anos de vida, trabalhou como cônsul-geral na embaixada do Equador em Montevidéu, representando os interesses de seu país natal. Viveu muito tempo na capital, sendo uma figura querida por conta de sua idolatria no Peñarol, eternizando as camisas de time masculino do clube.

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Desde a época de Alberto Spencer até os dias atuais, a Copa Libertadores é um dos principais campeonatos de clubes do mundo, reunindo vários craques, estádios lendários e jogos de tirar o fôlego. Se você é fã de futebol, vale a pena ler mais sobre a competição dando uma olhada na matéria História da Libertadores: A evolução do maior torneio sul-americano